O Encontro Defensoras por Defensoras 2024, organizado pelo Observatório do Clima, reuniu cerca de 40 mulheres defensoras territoriais de norte a sul do Brasil, representando todos os biomas brasileiros, que se puseram a discutir ideias, criar artisticamente e acolher suas histórias e lutas.
Estavam presentes cerca de 40 organizações de vários estados entre organizações do OC e parceiras como Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Instituto Zé Claudio e Maria (IZM), Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste, APREMAVI, COIAB, Rede Jandyras, Casa Miga Acolhimento LGBTQIA+, GELEDÉS, Comitê Chico Mendes, Coletivo Miriã Mahsã.
O encontro vem depois de anos que a primeira edição aconteceu em modo online, em meio a pandemia. Essa edição, em 2021, contou com formações refletidas pelas partes das árvores (raízes, tronco, caule, folhas, flores) e a participação de quase 30 mulheres. A necessidade de se ver e materializar o acolhimento em abraços ficou, e agora em 2024 com o plano de retomada do programa, finalmente foi possível.
O Defensoras é um espaço de escuta, de dores e problemáticas que acontecem em território. Mas também é um espaço de renovar esperança. Conectando entre o que cada uma demanda e o que pode ofertar, mulheres fortalecem uma rede de suporte onde reconhecem que as soluções estão entre elas mesmas.
Assim foi o encontro presencial que aconteceu entre 14 e 16 de outubro em Brasília. Com discussões de temas por elas escolhidos para fortalecer seus trabalhos, as sessões foram facilitadas por elas. Houveram discussões sobre financiamento, Acordo de Escazú, Contação de Histórias, além de planejamento do programa, e criação artística que refletisse suas trajetórias. Contou também com convidadas que vieram somar nas trocas, como Rogenir Costa da Fundação Avina, Fernanda Rodrigues do Instituto Terrazul e Nãna Moreno, facilitadora de dança circular.
Outra importante parte do encontro foi a construção de uma árvore cenográfica que fala sobre as defensoras, e que foi sendo composta com palavras, bordados, sementes dos territórios e outros elementos. A árvore deve fazer parte de uma exposição itinerante que conta a luta do que é ser uma defensora e convoque a população ao olhar atento e ao apoio a essas. A primeira parada da exposição já tem data marcada e será anunciada em breve.
Entre criações, cantos e abraços, as mulheres relembraram a força e potência de estarem juntas, renovando a vontade de multiplicar essa rede no território e dar seguimento ao programa Defensoras por Defensoras. Apesar de incipiente, o encontro mostrou a importância do programa, para estarem articuladas para essa proteção e promoverem o avanço ao trabalho daquelas que cotidianamente protegem o nosso clima.